Diário de Desmame Gentil Guiado [4]

Venho trazer atualizações para este diário! Não escrevi antes porque não havia muitas novidades. Achei melhor esperar para escrever quando fatos novos ocorressem!.
 Começamos o processo de desmame há mais de um mês. O desmame noturno se estabeleceu alguns dias antes então, no começo do processo, Marcos mamava no mínimo três vezes por dia (ao acordar, ao chegar da escola e antes de dormir). Em momentos de frustração ou insegurança, ele também procurava o mamá, e eu nunca negava. Quando iniciamos o processo de desmame, porém, eu passei a limitar essas mamadas. Primeiro, limitei o tempo: "só um pouquinho, filho!", eu lhe dizia. Depois passei a negar algumas mamadas do dia: a da manhã foi a primeira a ser extinta: "vamos tomar café da manhã, filho!". 
 A última foi a mamada da noite, a mais difícil de tirar, já que era o gatilho de sono dele. Da mesma forma, comecei limitando o tempo e introduzi o hábito de tomar um pouco de leite de vaca (integral, de caixinha mesmo) antes de deitar. Não acho que seja um hábito muito saudável... na verdade, preciso de mais informações sobre isso. Mas eu tive a impressão de que ele sentia fome antes de dormir, e, por hora, é uma boa ferramenta para substituição das mamadas da noite.

Fonte da imagem: https://i.pinimg.com/originals/b7/ed/9f/b7ed9fcfd8db95d4aad4578eafb0eb36.jpg
 Durante todo esse processo eu venho conversando com ele. Parei de dizer que ele devia parar de mamar porque já está grande e passei a focar na quantidade do meu leite, o que é um fato mais objetivo e palpável para ele, já que meu leite realmente diminui bastante a produção no último ano. Então eu dizia: "Filho, o mamá da mamãe tá acabando, ainda bem que você pode tomar o leite da vaquinha, né?" E assim comemorávamos o fato de haver outro leite disponível para ele. Atrelado às conversas, passei a mostrar-lhe outras formas de conforto, principalmente o abraço e o carinho. 
 Há uma semana, ele tomou sua última mamada noturna. Foi logo depois do fim de semana do dia das crianças, ocasião em que saímos de casa e ele acabou mamando bastante, já que dormiu no colo.
 Todas as noites, na hora em que ele habitualmente mamava pelo menos um pouquinho, eu passei a negar, explicando-lhe que o mamá já acabou, mas que ele podia tomar "leite de vaquinha" e ficar bem abraçadinho comigo até pegar no sono. A rotina do sono se tornou bem mais longa, já que, com o mamá, ele adormecia rapidamente. Além do bate-papo, abraços e carinhos habituais, acrescentei muitas historinhas, inclusive uma com 'um menininho que não mamava mais no peito da mamãe, mas que comia bastante comida e brincava bastante pra crescer e ficar forte'!
 No primeiro dia, ele aceitou tranquilamente não mamar. No segundo e terceiro dia, ele nem pediu. No quarto dia ele pediu novamente, mas aceitou também. Depois de uma semana, ao acordar, ele pediu e não aceitava 'não' como resposta. Eu decidi que não daria mais, a não ser que houvesse uma situação excepcional, como, por exemplo, se ele estivesse doente. Mas não era o caso, então eu voltei a lhe explicar que não havia mais leite no mamá da mamãe. Ele então insistiu para pelo menos ver o mamá, para ter certeza de que tinha acabado. Eu o deixei ver e tocar meu seio, e lhe contei que, quando ele tiver um irmãozinho, o mamá vai encher de novo para alimentar o bebê. Ele achou engraçado e começamos a conversar sobre a possibilidade de ter um irmão. Assim, desviando o assunto, consegui tirar-lhe da cama para tomar o café da manhã.
 Ontem, Marcos completou 3 anos e hoje já completamos oito dias sem mamá. Ele está bem, um pouco agitado, mas melhor do que estava no começo do processo, quando ele se demonstrava bastante apegado a mim, não aceitando mais o colo e carinhos das outras pessoas da família. Há alguns dias, ele passou a se conectar mais com o pai e a avó, "desapegando-se" um pouco de mim.     Eu não marquei uma data para que ocorresse. Não esperava que ele comemorasse o trigésimo aniversário desmamado, mas estou satisfeita. Ainda não acho que seja a hora de dizer que o processo está completo, mas certamente está bem perto disso. Acredito muito no poder do diálogo com as crianças e isso tem realmente sido essencial para garantir que esse desmame seja gentil, apesar de guiado por mim.



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