Nossas necessidades e as necessidades dos nossos filhos

Quantas vezes nós brigamos com nossos filhos sem perceber que somos nós os causadores do comportamento que condenamos?
Voltei ao mercado de trabalho faz pouco mais de um mês e, como não podia deixar de ser, isso mudou bastante a dinâmica da nossa casa. Mudou também a minha mente, que anda agitada com responsabilidades e compromissos extras para cumprir.
Ontem, Marcos estava especialmente agitado, tendo atitudes que não condizem com o seu "normal". No calor do desafio, nós o repreendemos, ameaçamos castigá-lo (que significa ficar sem desenho animado) e, mesmo depois conversando calmamente, focamos no erro dele. Só depois enxerguei o tamanho do meu erro.
Ele se aproximou de mim algumas vezes antes do jantar, querendo minha atenção depois de longas horas na escolinha e eu respondi com uma "meia atenção correndo", enquanto terminava o trabalho no computador. Ele quis brincar e eu pedi que ele procurasse o pai, que estava também extremamente cansado depois de um dia extenuante de trabalho.
Mais tarde, o comportamento desafiador veio, tentando nos mostrar a necessidade de atenção, carinho e, acima de tudo, compreensão. Mas nós focamos no erro dele, como se ele, no alto de seus 2 anos e 11 meses, pudesse deixar de lado seus sentimentos e necessidades e ser uma pessoa polida, calma e atenta. Eu, a "adulta" da relação, não fui capaz de deixar de lado minhas preocupações corriqueiras com um trabalho que poderia ser feito em outra hora, meu estado emocional fragilizado por uma TPM que vem se aproximando e minha necessidade de ordem e silêncio para ser uma pessoa polida, calma e atenta. Porém estava exigindo isso de uma criança que está no mundo há menos de 3 anos...
Quantas vezes nós brigamos com nossos filhos sem perceber que eles refletem atitudes que nós mesmos ensinamos?
Por isso temos tanto a aprender com a Comunicação Não Violenta e, por extensão, com a Educação Não Violenta e a Disciplina Positiva: não focar no erro, mas sim nas necessidades não atendidas.
Fonte da imagem: https://br.depositphotos.com/99073108/stock-photo-mother-and-son-looking-at.html
“Quando o filho tá mais difícil de amar, é quando ele mais precisa de amor.” (Elisama Santos)

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