O que a raiva do seu filho (ou sua forma de expressá-la) tem a dizer sobre você

Nossa raiva reprimida continua nos causando mal
Nossa raiva, quando reprimida, continua nos fazendo mal.

Seu filho é uma criança amorosa, mas você tem percebido que, ultimamente, ele tem usado gritos e choros estridentes para expressar sua frustração quando não atendido.
Você tenta conversar com ele, mostrar formas de colocar a raiva pra fora sem agredir ninguém, pede que ele use palavras para expressar o que sente, ao invés do choro. Nada parece funcionar. A próxima vez que você tiver que dizer "não" a ele, você já sabe, o "show" começará novamente.
A parte tudo o que a "birra" quer nos dizer sobre a criança, é importante olharmos para a agressividade e raiva dela com outros olhos. Ou melhor. Olhando em outra direção: para dentro de nós mesmos.

Você é o maior exemplo do seu filho
Não adianta você dizer a criança que ela deve bater em uma almofada ao invés do amiguinho, ou que ela deve expressar com palavras o que sente, se você constantemente tem reagido com gritos aos comportamentos desafiadores dela. Às vezes não gritamos ou agredimos a criança fisicamente, mas, em nossa face, ela pode ver que estamos com muita raiva diante do comportamento dela. E isso vai se tornando uma situação habitual para ela: mamãe/papai está bravo. Se o cuidador da criança costumeiramente sente raiva diante dos seus comportamentos desafiadores, como podemos esperar que ela aprenda a ver as situações frustrantes com menos profundidade, de uma forma mais "light"? Isto é, como ensinaremos a criança a expressar gentilmente as suas necessidades não atendidas se constantemente confundimos causa com estímulo, dando este exemplo a ela?

Não devemos confundir causa com estímulo
A Comunicação Não Violenta nos ensina que não devemos olhar para o fato em si que nos causou raiva, mas sim para a necessidade que temos e que não foi atendida. Quando pensamos dessa forma, paramos de confundir a causa da nossa raiva (que é a nossa necessidade não atendida), com o estímulo a ela (o comportamento da outra pessoa). Marshall Rosemberg alerta que ninguém é capaz de nos causar raiva. A raiva advém do nosso julgamento com relação àquela situação em que sentimos que uma necessidade não foi atendida.


Cuide da sua raiva
Assim, o recado que quero deixar com este post é: cuide da sua raiva. Se seu filho tem expressado muita raiva nos últimos tempos, é bastante provável que você esteja alimentando algum sentimento muito forte dentro de você, que está permitindo que você expresse raiva no convívio com o seu filho, mesmo sem querer. Não quero com isso acrescentar mais um item à sua carga de culpa! Apenas quero te alertar para cuidar da sua raiva. O segredo é não reprimi-la. Devemos cuidar das nossas necessidades para que a raiva não nos domine.
Algumas ideias para cuidar da sua raiva:
  1. Medite: a meditação é uma arma poderosa para nos concentrarmos em nossas necessidades;
  2. Pratique atividades físicas: elas proporcionam a liberação de substâncias químicas muito importantes para uma sensação de maior leveza interior.
  3. Procure ajuda profissional: um psicólogo, coach, psiquiatra. Há muitos profissionais no mercado que poderão te ajudar a entender melhor as suas necessidades e assim cuidar melhor delas.
  4. Aprenda sobre Comunicação Não Violenta: as bases da CNV são enxergar e expressar os nossos sentimentos e necessidades e isso é essencial para que você consiga ter uma relação mais plena consigo mesmo e com seu filho.
Se este post ajudou você, compartilhe! E não esqueça de deixar seu comentário me contando quais os momentos em que você sente sua raiva dominar você! Falar sobre isso também pode ajudar!




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